segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

MUSE
"The 2nd Law"




Alinhamento:
01. Supremacy
02. Madness
03. Panic Station
04. Prelude
05. Survival
06. Follow Me
07. Animals
08. Explorers
09. Big Freeze
10. Save Me
11. Liquid State
12. The 2nd Law - Unsustainable
13. The 2nd Law - Isolated System

O regresso dos Muse aos escaparates era aguardado com alguma relutância depois de “The Resistance”, um exercício maior que a própria que se revelou vazio e com poucos motivos de interesse. Três anos depois, “The 2nd Law”, título que nos remete para a Segunda Lei da Termodinâmica e a consequente leitura da mesma por parte de Matt Bellamy para encarar uma eventual saída da crise mundial que nos assola, revela-nos um disco coeso, ainda que muito longe da genialidade e frescura dos primeiros trabalhos da banda.

Ao sexto registo de originais, e assumindo-se como um dos grupos musicais mais bem-sucedidos da atualidade e fanáticos pelo lirismo sinfónico, os Muse resgatam um pouco da energia acumulada e, sem disserem adeus, esquecem um pouco o fantasma dos Queen ainda que os instantes iniciais de canções como “Panic Station” pareçam reproduzir uma conhecida malha de baixo de um tema de Freddy Mercury e seus pares e “Prelude” ser um instrumental perigosamente perto do universo dos seus mestres.

Deste disco vão sair, obrigatoriamente, alguns hinos que se vão ouvir um pouco em toda a história dos Muse que têm nos concertos de estádio o seu habitat natural. Os cantos operáticos de canções como “Survival” vão contrastar com a toada mais minimal e contida e dubstep de “Madness”, num registo próximo da pop à base de sintetizadores, e o destino vai ser a escalada ao topes musicais do planeta. Já a potente “Liquid State” pode fazer sorrir os que gostam de uns Muse mais rock puro e duro.

Homem mais consciente, adulto e recentemente pai, Bellamy faz questão de vincar o seu olhar pelo mundo. Se em “Animals”, o final do tema leva-nos a um ambiente típico dos mercados bolsistas retratando a ganância do capitalismo económico, “Follow Me”, abre com o bater de coração de um bebé, clara alusão ao rebento do vocalista.

Genericamente, o que de melhor nos traz este disco é a energia inata deste trio de músicos que está a tocar cada vez melhor e que libertam, sem qualquer constrangimento, uma forte energia e cadência sexual a cada acorde, assim como as influências transformadas em reportório (pouco) próprio. Músicas como “Supremacy” começam com um riff poderoso para, lentamente abraçar um ritmo de mais uma banda sonora de um qualquer James Bond. Para quem gosta de baladas, os Muse oferecem “Explorers”, um tema tão doce que deve por os fãs de primeira hora dos Muse de cabelos em pé. Por sua vez, “Big Freeze” soa tão U2 que pode levar-nos a pensar que estamos na companhia da banda de Bono Vox. Aproveitando a toada de “tributos”, “Saves Me” revela-nos o baixista Chris Wolstenholme perto da sonoridade vocal de Brain Wilson.

Surpreendentemente, ou não, as duas últimas faixas do fim do disco, “Unsustainable” e “Isolated Systhem”, estão mais próximas de um cenário de ficção científica, em género de banda sonora, e acabam por resultar bem no final de um disco que revela altos e baixos ainda que alguns furos acima do antecessor. Os Muse querem resistir, nós até os queremos ouvir mas sabemos que, dificilmente, regressaremos aos mais excitantes períodos do início da sua carreira.


Classificação 6/10


in Imagem do Som


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