domingo, 31 de maio de 2015

“Sacrifício a Moloc”
de Asa Larsson

O lado escuro da natureza humana

 
Mestre do policial negro, a sueca Asa Larsson chegou novamente aos escaparates nacionais com mais um livro que promete, desta vez, agradar a todos os fãs do género.

Falamos de “Sacrifício a Moloc” (Editorial Planeta, 2015) – vencedor do Prémio da Academia Sueca para o Melhor Romance Policial de 2012 -, quinto livro da série Rebecka Martinsson, ex-advogada e atual procuradora, que vem, felizmente, dar outro fôlego à escrita de Larsson que com “Quando a Tua Ira Passar” tinha ficado uns furos abaixo do esperado.

Tendo Kiruna como cenário, na Lapónia sueca, a mais recente aventura literária de Asa Larsson, tem a sua génese quando um grupo de homens decide encetar uma caçada implacável a um urso ferido que revela um intrincado e estranho mistério.

A partir daí, a narrativa move-se por caminhos aparentemente desconexos, que envolvem um terrível e frio assassinato, o desaparecimento de uma criança bem como uma série de questões que misturam religião, ganância, inveja, avareza e vingança.

Inicialmente designada para a investigação, Martinsson acaba por ocupar um plano de menor destaque no caso pela impertinência do sempre ambicioso e sem escrúpulos Carl von Post que consegue ficar responsável por toda a operação.

Injustiçada e incomodada por representar um papel secundário, Rebecka opta por tirar um período de férias. Ainda assim, toda a complexidade e estranheza do caso faz com que a ex-advogada não saia completamente de cena.

Fruto de uma investigação paralela que conta com a ajuda de companheiros mais chegados, como Krister Eriksson, Anna-Maria Mella e Lars Pohjanen, Martinsson descobre que a caçada do urso é apenas a ponta de um iceberg que leva a mais crimes inexplicados que transportam o leitor numa viagem entre presente e passado.

Através de constantes flashbacks entre a atualidade e os anos que envolvem a Primeira Grande Guerra, Larsson traz a palco a trágica história de amor entre Elina, uma jovem professora, e Hjalmar Lundbohm, o gerente da mina de Kiruna, negócio que colocou definitivamente a povoação no mapa da Suécia.

Quanto mais Martisson investiga, mais são as certezas que os crimes de hoje são o reflexo e a consequência de acontecimentos passados. A única forma de resolver o caso é encetar uma investigação por conta própria que apenas pode evitar mais mortes se for realizada em género contrarrelógio.

Uma das grandes mais-valias de “Sacrifício a Moloc”, algo que Larsson já nos habituou, é o perfil sintético mas muito rico dos capítulos que apresentam ou relembram personagens, locais e épocas. Como já referimos, a trama alterna entre presente e passados (recentes ou mais longínquos) e permite uma plena contextualização da globalidade de uma história que por vezes se socorre, e bem, da beleza da paisagem sueca assim como da própria literatura como uma forma de (melancólica) expiação e salvação.

Fica também a sensação da presença de alguns tiques trágicos (de inspiração teatral) que servem de alicerce à exibição de acontecimentos decisivos, que não sendo revelados de forma direta, fazem uso de um somatório intuitivo que apenas peca, numa ou de outra situação, pela escassez mas que se refugia numa escrita inteligente e repleta de afincadas camadas de suspense.

In Rua de Baixo

segunda-feira, 18 de maio de 2015

“O Bicho-da-Seda”
de Robert Galbraith

«Lightning» Strike 




Após resolver o fantástico enigma que foi a morte de Lula Laundry em “Quando o Cuco Chama”, Cormoran Strike está de volta, mais uma vez na companhia da sua secretária Robin Ellacott.

Na ressaca do referido caso, Strike é agora um detetive famoso, um nome muito procurado no campo da investigação. Os clientes brotam como cogumelos embora a maioria procure Cormoran para questões ligadas a infidelidades e outros assuntos menos interessantes para o ex-militar da britânica SIE.

Mas tudo muda quando o escritor Owen Quine desaparece e Leonora, a sua mulher, contrata Strike. Ainda que de princípio se pense que Quine tenha desaparecido por uns dias, como era seu hábito, e Leonora peça a Cormoran para seguir o seu paradeiro e o faça regressar a casa, com o decorrer da investigação torna-se evidente que a ausência do escritor esconde uma situação mais complicada.

O facto de Quine ter sido autor de um romance cujos personagens ridicularizavam, perversamente, a maioria do seu círculo de conhecidos, adensa essa ideia. Ao ser publicado, o livro destruiria essas vidas e para que isso fosse evitado convinha à generalidade dos visados o silêncio do escritor.

Quando Strike dá de caras com o cadáver de Quine, assassinado com uma incrível brutalidade, e uma meticulosidade digna de um muito pensado ritual de sacrifício, inicia-se uma corrida contra o tempo para entender o que motivaria alguém a cometer tão bárbara e cruel ação. Quem será, de facto, o assassino? O que o move? Estas são perguntas que surgem na cabeça de Strike que se depara com a mais estranha situação que a vida profissional se proporcionou.

E, sem grande surpresa, “O Bicho-da-Seda” (Editorial Presença, 2015), é um policial que se devora com uma saudável animosidade literária pois o enredo pensado por Rowling apresenta uma estrutura irresistível. E, à semelhança do que acontece com Robert Langdon no mundo de Dan Brown, Cormoran Strike é “o” detetive de Robert Gailbright, uma já referência para Rowling que tem planeado sete títulos (sinónimo de sete casos diferentes) para o britânico com nome de gigante.

No que toca à narrativa propriamente dita, o caso (o assassinato) revela níveis de brutalidade nunca antes vistos no universo da criadora de Harry Potter que, para apimentar a trama, evoca ao longo das quase 500 páginas do livro uma série de suspeitos, cada qual com um motivo particular para ter morto Quine.

Toda a ação tem Londres como cenário, algo que Rowling faz com um noção de pormenor e conhecimento assinaláveis e que torna toda a história mais verdadeira. Também com grande apropriação, são descritas situações e modus operandi do mundo editorial, que em “O Bicho-da-Seda” é um dos centros da problemática narrativa e que caricatura autores com um ego maior que o mundo, escritores auto publicados que reclamam uma categoria que excede a compreensão dos editores, responsáveis editoriais invisíveis e um mundo mesquinho de boatos e invejas que leva a crer que se queria fazer uma profunda crítica ao mercado editorial.

Rowling tem todo o mérito em juntar vários estilos narrativos no típico policial académico (principalmente de origem britânica): entrevistam-se testemunhas, juntam-se provas, criam-se teorias, surgem pistas desconexas ou falsas e um clímax onde tudo é revelado. Muito interessante é também o facto de cada capítulo ter um epigrafo inspirado em várias outras obras de referência de nomes como Thomas Dekker, William Congreve, Francis Beaumont, Philip Massinger, John Webster ou Ben Jonson que contextualizam a narrativa.

A par de tudo isto está uma irrepreensível construção dos personagens que denotam peculiares pormenores de dimensões emocionais, profissionais, sociais e até políticas. Strike e Robin são, particularmente, exemplos dessa riqueza, especialmente no caso do detetive que se assume como um personagem que se deixa afetar pelos problemas pessoais, principalmente na pessoa de Charlotte, sua ex-noiva. Também Robin, uma criação excelente diga-se, revela mais pormenores da sua relação com Matthew e tem um maior protagonismo na resolução e captura do criminoso(a). Também relevante e notório é a inspiração nas tradicionais histórias de vingança jacobinas e a presença de alguns fetiches sexuais e violência a eles associada.

In Rua de Baixo

terça-feira, 12 de maio de 2015

“O Estranhíssimo Colosso”
de António Cândido Franco


Quatro anos antes da sua morte, em 1990, o professor Agostinho da Silva foi a figura central de “Conversas Vadias”, um programa que misturava os géneros entrevista e debate e que levou à RTP um conjunto de personalidades da cultura portuguesa cujo objectivo era uma conversa com o intelectual portuense.

No quinto programa de “Conversas Vadias”, Baptista-Bastos pergunta a Agostinho da Silva: «O senhor professor considera-se um guru, um visionário, um profeta, um poeta ou um universitário?». Em resposta, Agostinho da Silva afirma: «Considero-me uma pessoa que tenta ser o mais simples possível e que deixa que a vida lhe traga os problemas que vai tentar resolver se puder. Mais nada.»

Esta faceta modesta mas genuína é uma das imagens de marca de um dos maiores pensadores portugueses de sempre, que apenas encontra paralelo, no que à pertinência de refletir o Portugal português, em Eduardo Lourenço.

Como uma espécie – ou tentativa de – de serviço público em forma de singular biografia, António Cândido Franco construiu “O Estranhíssimo Colosso” (Quetzal, 2015), um livro dividido em quatro partes que tem a tarefa hercúlea de dar a conhecer mais sobre o filósofo Agostinho da Silva, homem que ousou em toda a sua vida desafiar a normalidade, aceitando um estatuto de uma marginalidade que lhe dava o “privilégio” de poder dispensar o uso de, por exemplo, um bilhete de identidade.

Ao longo de mais de 730 páginas somos convidados a entrar na vida e nas desventuras de alguém que dispensava fronteiras ao pensamento, sob a perspectiva assumidamente apaixonada (e com elevadas doses de uma “saudável” vassalagem) de António Cândido Franco, professor universitário, autor de vários estudos sobre literatura e cultura portuguesa e responsável por livros como “A Vida Ignorada de D. Carlos” ou “A Literatura de Teixeira Pascoaes”.

“O Estranhíssimo Colosso” inicia com um resumo do que foram os primeiros anos de vida de Agostinho da Silva, dos seus familiares, os anos de faculdade, a primeira aventura na capital e de «uma noiva que chegava de comboio a Lisboa e lhe aveludava as tardes de sábado e as horas de domingo».

Na segunda parte da obra, Cândido Franco versa sobre o activismo cívico e cultural de Agostinho da Silva, recordando passagens por França, Moçambique e Espanha, polémicas com personalidade nacionais, o fim do namoro com a mítica “Seara Nova”, as interrogações ao catolicismo e a decisão de rumar ao Brasil, país que serviu de ponte para explorar outros recantos da América do Sul, episódios retratados na terceira parte de “O Estranhíssimo Colosso”.

Na última parte da obra, as referências maiores trazem de volta Portugal ao radar de Agostinho da Silva, que regressou à sua pátria em 1969, tendo ainda tempo para viver Abril de 1974, envolver-se em inúmeras missões intelectuais e sentir-se, na ressaca do já referido programa “Conversas Vadias”, «enjoado de si».

Conhecer e mostrar Agostinho da Silva é, simultaneamente, um acto de bravura e uma singela homenagem. E é isso que pretende ser este livro, uma obra nada fácil pois, tal como escreve Cândido Franco nas últimas linhas de “O Estranhíssimo Colosso”, «escrever uma bibliografia de Agostinho da Silva é andar com o mundo ao colo».

In deusmelivro

quarta-feira, 6 de maio de 2015

“Hereges”
de Leonardo Padura

Pura literatura, sem embargos


Quatro anos é muito tempo sem notícias literárias de Leonardo Padura. Foi esse o hiato entre “O Homem que Gostava de Cães” e o recentemente editado “Hereges” (Porto Editora, 2015). Pior, não tínhamos novidades de Mário Conde desde “Um Passado Perfeito”, romance datado de 2009.

Mas, felizmente, “Hereges” veio colmatar essa dupla falha e apresenta-nos um Conde diferente, a correr atrás do sonho dos livros e longe dos dias de tenente. Ainda que o contexto tenha mudado, a pandilha continua junta e ainda que em doses menos generosas que em outros livros podemos sentir a presença de Carlos Magricela, Tamara, Candito, Josefina, Coelho, Dulcita e Yoyi. Para contextualizar os mais desatentos, esquecidos ou novos leitores do universo Padura, as (parcas) notas de rodapé remetem para eventos literários saudosos em forma de exercício de memória.

Como um caleidoscópio temporal, “Hereges” tem início em 1939, quando o navio S.S. Saint Louis, que transportava 900 judeus que fugiam da Alemanha, esteve ancorado no porto de Havana durante alguns dias enquanto esperava por autorização de desembarque, um dos episódios mais tristes da História de Cuba.

Em terra, à semelhança de muitos outros, Daniel Kamisky e o tio Joseph aguardavam no cais pela saída dos familiares. Carregavam a esperança de ter os entes queridos por perto, principalmente porque os Kamisnky tinham em sua posse uma pequena tela de Rembrandt, uma obra do século XVII.

Os dias passaram e nada acontecia. A ansiedade, e o medo, cresciam. Até que a esperança deu lugar à tristeza pois o transatlântico regressou para a Europa, levando consigo pessoas, sonhos, deitando por terra possíveis e desejados reencontros, o que foi, na esmagadora maioria dos casos, sinónimo de morte.

Décadas depois, em 2007, a referida obra de Rembrandt surge num leilão londrino e Elias Kaminsky, filho de Daniel, parte dos Estados Unidos da América para a capital cubana com o propósito de descobrir o que terá acontecido ao quadro e à sua família.

A responsabilidade de descobrir o caminho certo deste labirinto emocional fica nas mãos, e inspiração, de Mário Conde, o único ser humano com sensibilidade e engenho para ajudar Elias. Aos poucos, o pintor e filho de Daniel, descobre que o pai vivia atormentado por um terrível crime e que a peça de Rembrandt – uma imagem de Cristo que teve como modelo um judeu que trabalhou no atelier do mestre holandês e aspirava aprender com este – pode ser a chave de tão intrincado mistério.

“Hereges” é um romance, tripartido, sobre a dor e alguns dos seus mais (ou menos) visíveis tentáculos e da perda de entes queridos, da esperança, do fim de ilusões várias. Mas também se escreve sobre do fel do desenraizamento, a frustração de não se puder ter aquilo que se merece ou acha justo, a sociedade de Havana, a paixão do baseball, a rebeldia da juventude, a corrupção, a homossexualidade, o todo político, social e cultural de uma Cuba embargada emocionalmente.

Mas, apesar destes e de outros ingredientes, aquilo que confere unidade a esta iguaria literária é a busca pela liberdade, pelo exercício do livre arbítrio por parte do ser humano em períodos e contextos históricos dissonantes tendo por base a vivência de dois personagens judeus, fundindo intriga policial, investigação histórica e uma tese filosófica.

No fundo, estamos perante uma obra completa, arrebatadora (algo inato à mestria da escrita de Leonardo Padura Fuentes) e que nos transporta numa viagem emocional e temporal de Cuba das décadas de 1949 e 1950, ecos dos primeiros anos revolucionários, fazendo uma tangente à Amesterdão do século XVII, principalmente no que tocava à sua efervescência artística e tolerância religiosa, regressando depois ao “presente”.

O leitor é convidado a (re)viver cenários de mudança política e social de forma exemplar e tem como elemento charneira um Mário Conde em excelente forma, enquanto sentimos a crueza e o realismo atroz das perseguições e consequentes massacres vividos pelos judeus nos séculos XVII e XX. Fruto de uma investigação com base em documentos históricos e feita de forma exaustiva, “Hereges” coloca o dedo na ferida de uma sociedade moderna que é também um reflexo de uma História repleta de momentos negros e irracionais.

Sob o risco de cair na tentação de qualquer tipo de spoiler, não podemos adiantar muito mais da trama de “Hereges”, um livro que transcende géneros. Apenas deixamos uma certeza, como em qualquer livro de Mário Conde, tal com na vida, há um acreditar no futuro, na esperança de ser feliz, ainda que a dor seja algo a que não se pode escapar, e a isso, ninguém está a salvo. Tal como diz um dos protagonistas deste livro: «A felicidade é um estado frágil, às vezes instantâneo, uma faísca».

In Rua de Baixo

“O Exército Furioso”
de Fred Vargas

Os Fantasmas de Ordebec


Para a grande maioria das pessoas o nome de francesa Frédérique Audouin- Rouzeau pouco ou nada diz. Mas se falarmos de Fred Vargas, serão poucos os amantes da (boa) literatura policial que não vão fazer a devida vénia.

Com formação em História e Arqueologia, Vargas é autora de inúmeros romances que entretanto foram alvo de tradução em mais de três dezenas de países. Apelidada de “a rainha francesa do polar”, os seus livros já arrebataram prémios como o Prix Mystère de la Critique, o Grande Prémio da Novela Negra do Festival de Cognac, o Trofeu 813, o Giallo Grinzanne e o prestigiadíssimo CWA International Dagger.

Dona de uma escrita de toadas negras onde o sobrenatural e o paranormal – termos aqui sinónimo de experiências e fenómenos que não sendo de uma realidade paralela desafiam o normal quotidiano – são elementos decisivos de intrigadas tramas, Vargas criou um dos personagens mais marcantes da literatura.

Falamos do comissário Jean-Baptiste Adamsberg, um polícia que se refugia nos seus fantasmas interiores para desconstruir as mais complicadas teias do mal, sempre com o auxílio de uma equipa sui generis na resolução de casos deste e do outro mundo.

Em “O Exército Furioso” (Porto Editora, 2014), nona aventura de Vargas criada para o “estranho” comissário, a magia da narrativa de Fred Vargas volta a desafiar a imaginação do leitor e estamos, para não variar, perante um livro muito interessante.

No centro do drama está uma lenda medieval que ensombra ciclicamente a pequena cidade de Ordebec, na Normandia. Dizem os locais que uma horda de cavaleiros mortos, descarnados e desmembrados, conhecida como o Exército Furioso, dilacera todos os que atravessam um errante trilho de Bonneval, na floresta de Alance.

De acordo com os mais antigos, este exército de mortos-vivos anuncia a morte aos pecadores e as maiores vitimas são os mais odiados habitantes locais, nomeadamente assassinos e ladrões.

Depois de a horda fazer mais uma vítima, a pedido de Lina, uma estranha mulher natural de Ordebec, o comissário Adamsberg deixa Paris em direção da Normandia, primeiro sozinho e depois na companhia dos peculiares tenentes Danglard, Ratancourt e Veyrenc, com o objetivo de investigar a crença e tentar entender essa terrível lenda nascida de crenças e superstições ancestrais que “valida” os mais macabros assassinatos em série. Mas para além destes conhecidos nomes, “O Exército Furioso” tem mais surpresas.

Enquanto a octogenária Léo desafia a lógica dos acontecimentos através da teoria do efeito borboleta em Ordebec, a pequena cidade das vacas imóveis, na capital francesa acontecem crimes “passionais” caseiros, assassinatos com recurso a efeitos piromaníacos e vilões urbanos que focam a raiva em armadilhar pombos.

No epicentro de todos estes acontecimentos está um tenso Adamsberg, atormentado por bolas de eletricidade que lhe atormentam o pescoço, e, mais uma vez, com o recurso aos mais estranhos métodos dedutivos (e porventura pouco céleres ainda que eficazes), o comissário consegue entender e resolver uma complicada teia de acontecimentos desta vez com a preciosa ajuda de Zerk o seu recém-descoberto filho.

Este livro vem provar que Fred Vargas vive um excelente momento criativo e quem ganha com toda este aparato narrativo é o leitor ávido por boas histórias que misturam thriller com boas doses de suspense, como se de um pesadelo se tratasse.

In Rua de Baixo