quinta-feira, 9 de outubro de 2014

E o Nobel da Literatura vai para…



Modiano, Patrick. Francês, nascido em Boulogne-Billancourt, perto da capital francesa, em julho de 1945. É ele o mais recente nome a figurar entre os privilegiados que foram destacados pela Academia Sueca na categoria de Prémio Nobel da Literatura.

Filho de pais judeus, Patrick Modiano é, aos 69 anos, considerado um dos maiores nomes da literatura francesa e apelidado de “Proust contemporâneo”, ainda que a sua fama se centre maioritariamente dentro de portas.

Reservado e bastante modesto, o novo Nobel da Literatura tem Paris como cenário de eleição para as suas obras, principalmente dos tempos da ocupação nazi ocorrida durante a Segunda Guerra Mundial. A sua escrita, elegante, sem grandes artefactos e que tem na simplicidade intimista uma das maiores armas, vive de um sentimento autobiográfico, tendo em elementos como a memória, a sombra, a perda e uma busca pela identidade as suas grandes inspirações.

No discurso de atribuição deste prémio, Peter Englund, secretário perpétuo da Academia Sueca, referia a mestria escrita de Mondiano como um reflexo da «arte da memória com a qual o autor evocou os destinos humanos mais inatingíveis e descobriu a vida do mundo da ocupação nazi.»

Desta forma, algo inesperada para uns e aguardada por outros, Patrick Modiano sucede a Alice Munro e torna-se o décimo primeiro autor nascido por terras de França a receber o prémio maior da Literatura mundial e, para além dessa glória conseguida por uma privilegiada minoria, arrecada também cerca de 900 mil euros.

No que toca à sua obra, Modiano, assumidamente influenciado pelo escritor Raymond Queneau, seu docente de geometria nos tempos de liceu, estreou-se nas lides literárias em 1968 com “La Place de L’étoile”, chegando o primeiro reconhecimento público através de “Rue des Boutiques”, obra que fez o autor parisiense ser galardoado com o Prémio Goncourt em 1978. Depois seguiram-se, entre outros, o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa, o Grande Prémio Nacional das Letras e o Prémio Margerite-Duras.

Para além do formato romance, Patrick Modiano colabora em argumentos cinematográficos, já passou pelo grande écran enquanto ator em singelas participações, é autor de canções e assina livros para gente mais pequena.

Por cá, Modiano já editou vários trabalhos, entre os quais “A Rua das Lojas Escuras” e “Domingos de Agosto”, em 1988, através da Dom Quixote e da Relógio d’Água, respetivamente, assim como “No café da Juventude Perdida” em 2009, via Asa, ou o mais recente “O Horizonte”, editado pela Porto Editora.

In deusmelivro

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