segunda-feira, 10 de março de 2014

Playstation 4

De e para jogadores



Numa época em que se celebra a oitava geração das consolas de videojogos que mais pode acontecer? A Sony entrou nesta guerra há já algumas décadas e tem vindo a criar laços há quatro gerações. É certo que por vezes o embate particular com a Microsoft tem ensombrado o sucesso do gigante nipónico mas a nova PS4 tem tudo, ou pelo menos assim o parece, para cimentar, ainda mais, a posição da Sony no mercado.

Não vai ser fácil bater a concorrência – a Xbox One parece ser uma excelente máquina – nem fidelizar os fãs da PS3 mas só o tempo pode ditar a longevidade da PS4. À primeira vista, ainda sem ligar a consola, saltam aos olhos algumas diferenças face à antecessora consola da casa mãe. O seu perfil é mais elegante e atraente, o DualShock 4 é uma agradável surpresa e sabemos de antemão que a compatibilidade entre PS4 e PS3 está, globalmente, assegurada e que a PS Vita assume-se como o parceiro interativo perfeito.

No que toca ao design, a nova consola da Sony vai buscar mais familiaridade à PS2 do que em relação à PS3, mesmo tendo em conta as suas versões slim lançadas ultimamente. A cor preta, sóbria, interage de forma perfeita com o seu perfil angular que lembra um paralelogramo. A frente da consola mostra duas entradas usb, o botão de on e eject e a entrada de Blu-ray. Como que dividida em dois, a PS4 revela uma linha que ao contrário de outras não divide mas sim aglutina. Trata-se no néon que indica aquilo que a consola está a fazer. Ao ligar pela primeira vez a PS4 e impossível não sentir um arrepio ao olhar para aquele fio de luz azul…

Analisando a traseira da PS4, encontramos uma miríade de entradas. Para além da entrada do cabo de alimentação, registamos a entrada HDMI, uma porta Ethernet, uma porta ótica de áudio bem como uma entrada usb para ligar acessórios como por exemplo a PlayStation Camara. Para auxiliar a identificação dessas entradas através do tato a PS4 observa uns recortes na sua estrutura.

Ainda a respirar com dificuldade continuamos a “desembrulhar” a PS4. Tal como todas as consolas, a nova geração Sony não deve ser apenas julgada pelo seu aspeto. Para além da arquitetura do hardware está a parafernália técnica do seu sistema operativo e a PS4 revela algumas semelhanças com o universo PC.
Tecnicamente estamos perante uma consola de 16-core, um processador Jaguar de 64 bits com oito gigas, uma RAM GDDR5 e a sua unidade gráfica tem um processador AMD. O disco tem 500 gigas e à semelhança da PS3 a drive é de Blu-Ray. Não existem versões de disco diferentes e o sistema não permite a aplicação de discos externos. Eis a principal razão que inviabiliza a realização de downloads de filmes ou música na PS4. A gestão média é realizada inteiramente através de streaming.

Em termos de acessórios, a PS4 não vem muito recheada. Para além da consola em si, recebemos um DualShock4 – seja feita a devida vénia – , um cabo usb com redução micro-usb, um cabo HDMI e uns auriculares que podem ser ligados ao comando.

O imenso mundo azul

Chega a vez de fazer a ligação da consola, de lhe dar vida. O coração pulsa e o écran ganha uma tonalidade azul. Passadas três décadas das primeiras ligações do saudoso ZX Spectrum, ligar uma consola ou “bicho” semelhante continua a ser um ato maravilhoso. De DualSchock4 em riste, que bela sensação…, começamos a interagir. Linguagem em português e as primeiras instruções tem a ver com poupanças de energia. Ajustado o tempo de sleep da consola recebemos com um sorriso a mensagem: “A sua PS4 está pronta”. É nós, estaremos preparados?

As primeiras impressões revelam um ambiente interativo. O menu mais fluído que o da PS3 apresenta novidades. Cinco “quadrados”, uma mão cheia de potencial. Vemos o ícone The Playroom e mais ao lado os três “w”. A ordem é para avançar e chega a vez de gerar um perfil. Nome próprio, apelido, avatar…check! Depois definir o grau de privacidade no PSN. O que podem ver os nossos amigos? A decisão é nossa. Ah, e podemos partilhar atividades no PSN, aceder ao Facebook e ainda aderir ao PlayStation Plus.

Estamos, definitivamente, a operar num interface muito interessante. O antigo XrossMediaBar, incluído no mundo Sony nos últimos anos foi repensado e a PS4 revela-se bem mais ágil com a ajuda do PlayStation Dynamic Menu. A interatividade é constante, as janelas como por exemplo a que leva à PS Store é um forte atrativo. A dinâmica do ambiente faz com que tudo o écran viva e dependendo daquilo que estejamos a fazer assim reagirá todo o conjunto.

A zona principal apresenta uma linha à base de generosos ícones que se expandem assim que se solicita a sua atividade. À esquerda, por exemplo, estão as novidades e podemos vislumbrar jogos recentes. Mesmo ali pertinho fica o “Live” e o browser ou ainda a informar sobre algumas transferências ativas.

Independentemente da secção onde nos encontramos, existe informações sobre “amigos” em linha. Queremos jogar online? Mostrar feitos em forma de gameplay? Dizer que estamos “vivos”? Tudo é possível neste mundo onde a interatividade aproxima os utilizadores e a presença das redes sociais permite levar-nos cada vez mais longe.

O interface dinâmico pode registar alterações quando, por exemplo, inserimos um Blu-ray. Automaticamente o jogo é instalado no disco rígido. O processo é extremamente rápido e insonoro. Depois de terminado eis que temos mais uma janela no nosso menu dinâmico. Tal também se verifica ao instalar um jogo a partir da PS Store.



Vamos jogar?

A PS4 é bonita? Sim. O interface é dinâmico? Sim, sim. E a máquina, que tal se porta? Na teoria a PS4 é bem mais potente que a sua antecessora mas é complicado conseguir respostas concretas quando estamos cerca de sete dias diante de consola e temos uma experiência de cerca de sete anos com a máquina a comparar.

Para além das questões que já focamos como a interação entre menus, velocidade de transferências e afins, um forte indicador dos trunfos da PS4 é a sua realidade em termos de jogos pois, sem sombra de dúvidas, a nova consola da Sony nasceu com esse propósito. Ao testar jogos como “Knack” e “Killzone: Shadow Fall” é nítida a melhoria técnica no que toca ao pormenor e efeitos visuais. Ainda assim, dizemos nós, essas questões ainda podem ser melhoradas e a PS4 precisa, urgentemente, de um jogo charneira.

A ideia que a todos transparecia aquando o lançamento da PS4 é que estaríamos perante a mais significativa revolução entre gerações de consolas mas tal não é notório. Dizemos mais, se já existiu um importante salto qualitativo entre gerações de consolas tal existiu no confronto direto entre a PS2 e a PS3.

Que podemos então afirmar à laia de conclusão? Bom, entremos no campo das perspetivas. Se encararmos a PS4 como uma “evolução” da PS3 não estaremos longe da verdade. A nova consola Sony apresenta uma nova filosofia no que toca à realidade da jogabilidade permitindo a partilha de momentos de jogo e ações diversas e aposta no contacto com as redes sociais. Em termos de comando, o DualShock 4 bate de longe o antecessor a família Sixaxis. No que toca aos acessórios, a câmara é um objeto deveras interessante e em conjunto com o DualShock4 permitem ao Playroom brilhar sobremaneira. Mas será que vale, para já, a pena apostar na sua compra? Bom, se já tem uma PS3, aconselharíamos a esperar mais um pouco mas se está na dúvida entre a aquisição de uma destas duas consolas não hesite e atire-se de cabeça à PS4.

In Rua de Baixo

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