“Don’t think about making art, just get it done. Let everyone else decide if it’s good or bad, whether they love it or hate it. While they are deciding, make even more art.” Andy Warhol
terça-feira, 4 de novembro de 2014
“Literatura de Cordel, Uma Antologia”
de José Viale Moutinho
A maior herança que pode ser transmitida entre gerações é a cultura, esse saber intemporal que está na génese do perfil de cada povo. Nesse campo particular, Portugal foi abençoado pelos deuses e, em termos de literatura, o espólio é quase interminável e a sua pertinência inquestionável.
Nesse sentido nasceu a coleção Obras Escolhidas da Literatura Tradicional Portuguesa (Círculo de Leitores, 2014), um conjunto de quatro livros da responsabilidade de José Viales Moutinho, homem das artes cujo nome está associado à poesia, ensaio, ficção e peças de cariz dramático e que, tem no humor, uma das suas maiores armas.
Assim, Obras Escolhidas da Literatura Tradicional Portuguesa junta-se à extensa obra já publicada por Viales Moutinho, da qual destacamos “Portugal Lendário”, uma obra que valeu ao funchalense arrecadar o Grande Prémio do Conto Camilo Castelo Branco/ APE e o Prémio Rosália de Castro. “Literatura de Cordel – Uma Antologia” é o primeiro tomo de um conjunto de livros que vai apresentar histórias, aventuras, segredos e saberes de um povo, assumindo-se como um documento atual, valioso e imperdível.
Ao longo de mais de cinco centenas de páginas, José Viales Moutinho apresenta 21 capítulos que misturam deliciosas estórias de cordel, provérbios, adágios e anexins com fábulas de autores nacionais e textos cuja génese nos remete para o folclore religioso, tudo publicado ao longo de dois séculos – entre 1750 e 1935.
Dedicado «à memória de um corcundinha sem idade, olhar alucinado, com extrema miopia», assim como a todos, sem sectarismos, “Literatura de Cordel – Uma Antologia” conta histórias de princesas, imperatrizes e navegadores, relata crimes horrorosos, episódios de veracidade inquestionável (ou não), despedidas ou relembra heróis populares como o mítico José do Telhado, servindo-se de fantásticas ilustrações para compor o ramalhete.
Assim, deliciados, ousamos regressar ao tempo em que as histórias eram publicadas em capítulos cuja impressão assumia o formato de cadernos suspensos de um cordel, e a sua comercialização tinha como espaço privilegiado as feiras e ruas de todo o Portugal.
O resto desta coleção, que resgata a tradição da arte de bem relatar e ouvir, é composta por mais três volumes: um dedicado às fábulas (“Livro Português das Fábulas – Uma Antologia”) e dois que se debruçam afincadamente sobre a intemporal sabedoria popular (“À Lareira – Volumes I e II”).
In deusmelivro
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário